Hackathon
Agricultura é precisa!
Sobre a atividade
Como qualquer hackathon, esta iniciativa trata-se de um evento social e de aprendizagem, no qual os participantes têm como missão utilizar meios e ferramentas digitais para superar um ou mais desafios em equipa.
Neste hackathon, estudantes do ensino secundáriovão preparar uma campanha agrícola utilizando soluções inovadoras da agricultura de precisão. Recorrendo a dados de observação da terra, vão otimizar o uso de recursos para aumentar a produtividade e planear práticas agrícolas mais sustentáveis. No final, exploram a possibilidade de expandir o seu negócio e oferecer os seus serviços a outros agricultores. As equipas contarão com o apoio de especialistas em diferentes áreas durante estes dois dias de intenso trabalho. No final do hackathon ficarão a conhecer a importância do setor espacial para a produtividade e a sustentabilidade da agricultura.
A meta proposta pelo ESERO Portugal nos Hackathons que desenvolvemos para alunos é que trabalhem em equipa com os seus colegas, com o objetivo de cumprirem uma ou mais missões subordinadas a um determinado tema espacial, relacionado com o seu currículo escolar. Através da partilha de ideias e conhecimentos com os colegas ao longo de uma atividade intensiva, os alunos poderão desenvolver competências e conhecimentos acerca do tema proposto.
Sabia que...
A palavra hackathonresulta da combinação das palavras hacker , que significa ‘programador inteligente’, e marathon , um evento marcado pela sua resistência e durabilidade.
Desafios propostos:
Explorar e interpretar imagens e dados de satélite de observação da Terra;
Preparar uma campanha agrícola com base na informação obtida;
Apresentar os resultados obtidos e propor um modelo de negócio;
Materiais necessários:
Recomenda-se que os alunos se façam acompanhar de um computador portátil*;
IMPORTANTE - os participantes devem trazer saco-cama, roupa e calçado confortável, uma vez que vão passar a noite no Pavilhão do Conhecimento.
*O ESERO Portugal salvaguarda um computador por equipa, sendo preferível a existência de mais
Programa
Temáticas abordadas
Agricultura de Precisão:
A agricultura de precisão está a revolucionar a forma como produzimos alimentos, integrando tecnologias como satélites, sensores IoT ( Internet of Things ) e inteligência artificial para monitorizar e gerir as culturas de forma mais eficiente e sustentável. Num contexto em que a população mundial deverá atingir os 9,7 mil milhões até 2050, será crucial aumentar a produtividade agrícola em cerca de 70% para responder à crescente procura alimentar, sem comprometer os recursos naturais. Esta abordagem inovadora não só otimiza o uso de recursos como água e fertilizantes, mas também ajuda a mitigar as emissões de gases com efeito de estufa associadas às atividades agrícolas, responsáveis por cerca de 10% das emissões globais.
Na Europa, políticas como o Green Deal , a Estratégia do Prado ao Prato e a nova Política Agrícola Comum (PAC) incentivam práticas agrícolas mais sustentáveis, promovendo a neutralidade climática e a sustentabilidade ambiental. Com ferramentas avançadas e dados de satélite, é possível identificar áreas críticas, melhorar a gestão de recursos e reduzir o impacto ambiental. Este desafio convida os participantes a desenvolver soluções práticas para culturas como o milho e a vinha, que têm grande importância económica para Portugal e para a Europa, destacando a relevância da agricultura de precisão na transição para sistemas alimentares mais resilientes e de baixo carbono
Observação da Terra:
Os satélites de Observação da Terra fornecem dados fundamentais para o combate as alterações climáticas, gestão ambiental, segurança alimentar, entre tantos outros desafios da sociedade atual. Do espaço temos acesso a uma perspetiva privilegiada dos diferentes ecossistemas do nosso planeta.
Os dados de satélite, juntamente com a inteligência artificial, constituem ferramentas essenciais para melhorar, por exemplo, praticas agrícolas. Através da análise de dados como índices de vegetação (NDVI - Normalized Difference Vegetation Index , NDWI- Normalized Difference Water Index ), é possível identificar áreas críticas nos solos, melhorar a gestão de recursos e reduzir o impacto ambiental.
Os satélites de Observação da Terra fornecem dados que permitem apoiar a ciência que sustenta as estratégias para a tomada de decisões ambientais globais. Podemos assim monitorizar o nosso progresso a todas as escalas geográficas, à medida que exploramos novas vias de desenvolvimento que visam a gestão sustentável do planeta, tanto a curto como a longo prazo.
Especialistas convidados

Patrícia Lourenço
AgroInsider

José Rafael Silva
AgroInsider

Lívia Pian
Smart Farm Colab

Luís Filipe Lages
NOVA School of Business and Economics

Sara Mendes
Sogrape

Carolina Sá
Agência Espacial Portuguesa
Patrícia Lourenço
AgroInsider
Licenciada em Biologia, com um mestrado em Biologia e Gestão de Recursos Marinhos, um doutoramento em Ciências Aplicadas e Ambientais e com uma pós-graduação em Gestão de Projetos. É especialista em Detecção Remota e tem experiência em diversos projetos internacionais e nacionais, aplicando técnicas de detecção remota, SIG, modelação de dados e conceção de sistemas de governança para apoiar a tomada de decisão de forma eficiente em termos de custos, na gestão terrestre e marinha, bem como no planeamento ambiental de diferentes tipos funcionais de ecossistemas e serviços.
José Rafael Silva
AgroInsider
José Rafael Marques da Silva é Professor Catedrático (Geomática e Agricultura de Precisão) da Universidade de Évora e Sócio da AgroInsider. Possui vasta experiência em Agricultura 4.0 e é autor de mais de sessenta publicações com impacto internacional. Tem uma longa experiência em palestras, pesquisa, coordenação e transferência de tecnologia, promovendo startups e desenvolvendo projetos empresariais na cadeia de valor Agro e Ambiental.
Livia Pian
Smart Farm Colab
Doutorada e mestrada em Agronomia - Ciência do Solo, é investigadora do Smart Farm Colab - Laboratório Colaborativo para Inovação Digital na Agricultura - no departamento de Smart Technologies. Dedica-se à aplicação da agricultura de precisão, ao desenvolvimento de soluções digitais acessíveis para agricultura, capacitações e na democratização da agricultura digital.
Luís Filipe Lages
Nova School of Business and Economics
Luís Filipe Lages é Professor Catedrático na Nova School of Business and Economics (Nova SBE) e criador da VCW—Value Creation Wheel, um método inovador para liderança, tomada de decisão, inovação e sustentabilidade. Foi Visiting Scholar em Stanford, LBS e MIT, e o seu trabalho tem tido impact em empresas desde Fortune 500 a startups e governos. Premiado internacionalmente pela American Marketing Association, tem várias publicações em revistas de topo e contribui para áreas como Earth Observation e servitização.
Sara Mendes
Sogrape
Sara é Innovation Manager na Sogrape, uma empresa familiar de vinhos com forte presença internacional. Antes de integrar a Sogrape, construiu um percurso diversificado na inovação e comunicação, com forte envolvimento no ecossistema empreendedor. Formada em Psicologia, iniciou a carreira na investigação e formação, transitando depois para o marketing e comunicação em startups e centros de inovação. Na Porto Design Factory e no Reactor Innovation Hub, promoveu a ligação entre empresas e startups. Na Porto Business School, geriu programas de inovação e empreendedorismo, e, mais tarde, liderou a estratégia de inovação e transição digital do Município do Porto, na Porto Digital.
Carolina Sá
Agência Espacial Portuguesa
Doutorada em Ciências Marinhas pela Universidade de Lisboa. Dedicou-se ao campo da deteção remota por satélite para poder estudar plantas aquáticas microscópicas (i.e., o fitoplâncton) a partir de uma perspetiva diferente: a do Espaço. Especializou-se em sistemas de deteção remota por satélite da cor do oceano e trabalhou como investigadora por mais de dez anos, centrando-se em atividades e aplicações de validação de dados de satélite para promover e apoiar a Economia Azul. Responsável pelos projetos de Observação da Terra da Agência Espacial Portuguesa . Trabalha na delegação nacional que segue os programas da ESA e da Comissão Europeia neste sector. Tem como objetivo preencher a lacuna entre a pesquisa e aplicações da Observação da Terra, ciência e indústria, tecnologia e sociedade.