Missão Artemis I com participação da ESA

Lançamento ocorreu a 16 de novembro

 

Objetivo: Lua! A missão Artemis I arrancou finalmente no passado dia 16 de novembro, após alguns meses de espera . A nave espacial Orion foi lançada com sucesso no Centro Espacial Kennedy, no estado norte-americano da Florida. A bordo segue apenas uma passageira muito especial: a Ovelha Choné .

O veículo em questão transporta o Módulo de Serviço Europeu (MSE), cujo planeamento e construção contou com a participação da ESA. 

Esta viagem não tripulada à volta do nosso satélite natural é apenas a primeira parte de uma missão que irá abrir caminho para o regresso do Homem à Lua pela primeira vez em meio século. Se tudo correr bem, os astronautas voltarão a pisar o solo lunar em 2025. E a missão da ESA não ficará por aqui... Saiba mais nesta página!

Sobre a missão Artemis

A missão espacial Artemis I Moon marca o início do programa Artemis, que tem como objetivo levar humanos para a Lua de uma forma sustentável. Este primeiro voo servirá para testar o funcionamento da nave espacial Orion dos seus componentes, especialmente concebidos para que o veículo possa dar a volta à Lua e regressar. O foguetão SLS (1)  foi igualmente testado no lançamento.

A Orion, ou Orion Multi-Purpose Crew Vehicle, foi desenvolvida pela NASA e é neste momento a única nave capaz de voar no Espaço fora da órbita da Terra e de reentrar na nossa atmosfera a alta velocidade a partir das proximidades da Lua. Por sua vez, o seu módulo de serviço foi fornecido pela ESA e pela  Airbus Defence and Space . O Módulo de Serviço Europeu ou MSE, tal como foi designado, é mais do que um simples módulo de tripulação, sendo reconhecido como a força que vai alimentar e impulsionar a Orion. Será o primeiro voo desta nave com um módulo europeu da ESA.

A missão Artemis II repetirá o voo da Artemis I mas levará 4 astronautas a bordo. Por sua vez, o voo seguinte levará à Lua dois astronautas, um homem e uma mulher (a primeira!). O programa Artemis poderá também contar no futuro com voos tripulados a Marte e até mesmo a um asteroide! LER MAIS >>

__

(1) Os foguetões Space Launch System (SLS) são veículos de lançamento descartável de grande porte de fabrico norte-americano.

Vídeo 1 : Simulação da missão Artemis I Moon, centrada no Módulo de Serviço Europeu da ESA que alimenta a nave espacial Orion.

Módulo de Serviço Europeu

Clique no link indicado para saber o que é o módulo de serviço de uma nave espacial e para perceber a importância das funções do Módulo de Serviço Europeu construído pela ESA e pela Airbus para a nave espacial Orion (ver Figura 1).  LER MAIS >>

Figura 1. Orion e o MSE antes de serem integrados no foguetão SLS.

A primeira viagem

O arranque da missão estava agendado para 29 de agosto de 2022. Foram várias as razões que levaram aos sucessivos adiamentos do lançamento , que ocorreu finalmente a 16 de novembro de 2022.

O foguetão SLS, de 98 metros de altura, acendeu os seus motores às 06:47 da manhã em Portugal Continental. A nave Orion separou-se do foguetão depois de ter atravessado a órbita terrestre. Cerca de duas horas após a sua descolagem, a cápsula largou também o seu motor, ficando a voar livremente durante o resto da sua viagem.

A missão será controlada remotamente por equipas especializadas na Terra e servirá para testar futuras viagens tripuladas. Para já, nesta primeira fase da missão, a Orion irá sobrevoar a Lua e entrar na sua órbita. A gravidade do nosso satélite natural ajudará a nave a ganhar velocidade suficiente para ser impulsionada a cerca de 70.000 km para além da Lua – a quase 500.000 km da Terra – e regressar, tornando-se na primeira nave espacial construída pelo Homem a chegar tão longe no Espaço.

A Orion foi concebida para transportar humanos, mas nesta missão de teste os seus passageiros são de uma natureza inanimada: para além da ovelha Choné , a cápsula transporta alguns crash test dummies que recolhem dados vitais para ajudar futuras tripulações vivas. Na Figura 2 vemos uma fotografia do 'Comandante Moonikin Campos', um dos manequins da Artemis, adornado com um fato de sobrevivência.

No total, a nave está equipada com 16 câmaras dentro e fora, o que lhe permite documentar a sua viagem à volta da Lua a partir de diferentes perspectivas. A Figura 3 mostra-nos a primeira fotografia da Terra tirada a partir da Orion. Esta imagem foi partilhada durante mais de 9 horas de viagem, quando o veículo se encontrava a cerca de 92.000 quilómetros de distância do nosso planeta, ou seja depois de ter percorrido 1/4 do seu caminho em direção à Lua.

Figura 2. O manequim "Moonikin" Campos, a bordo da Orion, 10 horas depois do lançamento (Créditos: NASA TV). 

Figura 3. A primeira foto da História tirada pela Orion. É também a primeira vez desde a última viagem da missão Apollo, em 1972, que uma nave espacial concebida para transportar humanos até à Lua capturou uma vista da Terra (Créditos: NASA TV).

A importância da data do lançamento

A duração da missão depende da data e até mesmo da hora deste lançamento. Antes da partida, sabia-se já que o primeiro voo da Artemis I poderia durar entre 20 a 40 dias, dependendo de quantas órbitas desta missão à Lua os peritos decidirem fazer. Esta flexibilidade na duração da missão é necessária para permitir que o voo termine como previsto com um amaragem da cápsula no Oceano Pacífico durante a luz do dia, ao largo da costa da Califórnia, nos EUA.

Como é habitual neste tipo de situações, os especialistas têm de prever outras janelas de oportunidade para o lançamento, caso as condições atmosféricas ou técnicas não sejam as ideais na data original. É uma medida de prevenção muito importante porque está muita coisa em jogo e podem sempre ocorrer imprevistos.

Inicialmente, antes da suspensão da primeira tentativa de descolagem a 29 de agosto, as alternativas previstas eram 2 ou 5 de setembro. Entretanto, a equipa técnica teve de desistir de dia 2 e adiou-se o lançamento para o dia seguinte, mas a 3 de setembro o problema ainda não estava resolvido. Nem a 27 de setembro, após nova tentativa gorada. A missão só arrancou a 16 de novembro. Mas quais os motivos para todos estes adiamentos? Saiba mais aqui .

Uma ovelha negra muito espAcial

A astronauta Shaun the Sheep, conhecida entre nós como a Ovelha Choné, foi ‘selecionada’ para seguir a bordo desta missão à Lua. Conheça o seu emblema, o seu papel na Artemis I e fique a par dos seus 'treinos'. Curioso? Saiba mais aqui. LER MAIS >>

A ESA e as viagens à Lua

A ESA está também a fornecer módulos de habitação e reabastecimento para a estação internacional lunar Gateway que irá orbitar o nosso satélite natural. A construção de mais Módulos de Serviço Europeus, bem como uma série de aterradores lunares europeus independentes, deverão ser decididos no Conselho Ministerial da ESA no final deste ano, como parte da estratégia de exploração Terrae Novae da ESA, que inclui a aterragem de um astronauta europeu na Lua antes de 2030.

O vídeo seguinte mostra muitas das atividades de exploração que a ESA está a realizar ou planeou para o nosso Sistema Solar.

Para mais informações sobre a estratégia de exploração humana e robótica da ESA, aconselhamos a visualização da página do programa Terrae Novae .

 

Vídeo 2 : As próximas missões da ESA para o Sistema Solar. Podemos ver o MSE e os módulos do Portal Lunar para a Artemis que serão utilizados em viagens para a ISS e para a Lua. O vídeo mostra-nos também a campanha para a recolha de amostras de Marte, entre outras atividades.