A mais longínqua ‘fotografia’ do Universo alguma vez produzida na região do infravermelho foi obtida pelo James Webb, o maior telescópio espacial de sempre. Na noite do dia 11 de Julho, o mundo teve a oportunidade de ver pela primeira vez uma imagem inédita do cosmos profundo: um aglomerado de galáxias muito distante no Espaço... e no tempo.
No dia seguinte foram reveladas mais imagens impressionantes das primeiras observações registadas por este observatório espacial durante a comunicação oficial dos seus resultados. A transmissão foi acompanhada por nós em direto numa SESSÃO ESPECIAL que decorreu no Pavilhão do Conhecimento.
O evento contou com comentários e tradução simultânea em português, tendo juntado para o efeito vários especialistas que se disponibilizaram a responder às perguntas dos presentes.
A primeira fotografia do James Webb a ser mostrada publicamente era há muito esperada pelos cientistas e foi apresentada no dia 11 pelo presidente dos EUA, Joe Biden. A imagem revela uma ínfima parte do Universo de forma extremamente nítida e detalhada, numa exibição das capacidades deste fabuloso instrumento de observação do Espaço.
Apesar de apenas mostrar uma pequeníssima fração do Universo - a NASA explica que corresponde proporcionalmente ao tamanho de um grão de areia na nossa mão, se olhássemos para ele à distância de um braço -, nesta fatia cabe um vasto conjunto de galáxias localizadas a 4,6 mil milhões de anos-luz de distância, concretizando a vista mais definida do cosmos longínquo alguma vez mostrada ao mundo.
A fotografia mostra o “cluster” de galáxias apelidado de SMACS 0723. Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI
Sessão de dia 12 de Julho
Na tarde do dia 12 de Julho, às 15h30 de Portugal Continental, foram anunciadas ao mundo as primeiras imagens a cores e os dados espectroscópicos obtidos no infravermelho dos objetos celestes que foram observados pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) durante os primeiros meses da sua ainda curta existência. A comunicação oficial foi feita em Inglês e foi da responsabilidade da ESA, NASA e CSA (Agência Espacial Canadiana).
A emissão foi acompanhada em direto a partir do Auditório José Mariano Gago, no Pavilhão do Conhecimento, numa sessão especialmente concebida para o efeito que teve direito a tradução simultânea em Português. O evento foi aberto ao público e contou com a presença de vários especialistas que se dispuseram a comentar este momento histórico em tempo real. Neste vídeo pode ver a gravação integral da sessão (começa a partir do minuto 14:40)!
Aproveite para rever também a sessão online sobre o Webb que transmitimos no dia de Reis, durante a qual revimos os melhores momentos do seu lançamento, que por sua vez aconteceu... no dia de Natal de 2021.
Painel de convidados
Para comentar a revelação das imagens do Webb tivemos à nossa disposição um painel de convidados formado por quatro investigadores:
Alexandre Cabral: Departamento de Física da Ciências ULisboa e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA);
Ana Afonso: Centro de Astrofísica da Universidade do Porto;
Cláudio Melo: Science Officer na Agência Espacial Portuguesa - Portugal Space;
José Afonso: Departamento de Física da Ciências ULisboa e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).
A moderação ficou a cargo de Ana Noronha, Diretora Executiva da Ciência Viva.
JWST: preparação das observações
O maior e mais complexo observatório alguma vez lançado no Espaço iniciou finalmente o seu trabalho científico, depois de ter passado cerca de 6 meses a calibrar os seus instrumentos e alinhar os seus espelhos a aproximadamente 1.5 milhões de quilómetros da Terra. LER MAIS >>
Recursos educativos sobre o JWST
O ESERO PT e a ESA têm vários recursos sobre o James Webb e outros que foram apresentados na ação de formação JWST - Ponto da situação que demos aos professores do secundário no dia 21 de Maio. Entre eles, destacamos os seguintes: Brochura da ESA em Português “Webb: Ver mais longe”; ESA Webb Launch Kit; modelos 3D do JWST, o ESA Webb Quest e alguns links úteis. LER MAIS >>
A Ciência do Webb
De uma forma bastante simplista, podemos dizer que o Telescópio Espacial James Webb tem como principal objetivo observar o Universo no infravermelho e procurar saber mais sobre cada uma das áreas da astronomia ilustradas na figura seguinte. Aproveite também para visitar a página que dedicámos ao JWST.
“Estamos prestes a começar um período de grandes descobertas sobre o nosso Universo. O lançamento das primeiras imagens a cores do Webb oferecerá um momento único para todos nós pararmos e nos maravilharmos com uma visão que a humanidade nunca viu antes”, disse Eric Smith, cientista do programa Webb na sede da NASA em Washington. “Estas imagens serão o culminar de décadas de dedicação, talento, e sonhos - mas serão também apenas o começo”.
Veja o vídeo que aqui lhe apresentamos da ESA sobre a missão científica do JWST, com várias imagens bonitas e muito sugestivas.
Para além do que já está planeado para o Webb, poderemos também fazer descobertas inesperadas que os astrónomos não conseguem antecipar. Por exemplo, em 1990, quando o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA foi lançado, a energia negra era completamente desconhecida. Entretanto tornou-se numa das áreas mais apaixonantes da astrofísica.
O que será que o JWST tem para nos revelar sobre o Universo? Reveja a sessão e mantenha-se a par das próximas novidades na nossa página do ESERO.pt!